Ações da Epamig popularizam cultivo e consumo de hortaliças
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) tem intensificado, nos últimos dez anos, os trabalhos e a difusão de conhecimentos sobre o cultivo e o consumo de hortaliças e plantas alimentícias não-convencionais. As ações, que durante a fase mais aguda da pandemia foram apenas virtuais, têm sido retomadas em eventos presenciais voltados para estudantes e agricultores familiares.
Desde 2006, a Epamig é parceira das Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), na região da Mata, desenvolvendo projetos de pesquisa e extensão e contribuindo para a formação técnica e sociocultural em comunidades rurais. "O aprendizado, a divulgação e as ações práticas pelos jovens das escolas famílias agrícolas e das universidades têm sido uma forma importante de resgate das plantas à medida que os alunos atuam como multiplicadores, junto às famílias e aos agricultores familiares", avalia a pesquisadora da Epamig, Maria Regina Miranda.
De acordo com a pesquisadora, as ações têm como foco os filhos de agricultores familiares, mas se estendem para a população em geral. "Esta mobilização incluiu, mais recentemente, o reconhecimento das PANC como parte integrante da cultura popular, seu papel na melhoria da saúde da população, a inserção de hortas escolares com PANC e o incremento de renda para agricultores familiares", relata.
Regina destaca, ainda, a consolidação da parceria entre entidades da Região, como a Emater-MG, o Centro de Tecnologias Alternativas e escolas locais. "Essa união fortalece as ações para a valorização e o reconhecimento da cultura popular, do uso de sementes crioulas e da produção sem agrotóxicos e contribui para a discussão de temas como soberania, segurança alimentar e a importância da mulher no meio rural", acrescenta.
Dentre as ações realizadas, estão feiras e oficinas para a troca de conhecimentos e a difusão de tecnologias. Recentemente, a Epamig participou da 1ª Feira Cultural de Troca de Sementes, realizada no município de Diogo Vasconcelos. Na ocasião, foram distribuídas publicações sobre hortaliças PANC, além de sementes, mudas e estacas de diversas espécies como: araruta, bertalha, dente-de-leão, couve-cravinho, peixinho-da-horta, capuchinha, ora-pro-nobis.
Em novembro, foi realizada a reestruturação da horta da Casa Cultural das Pérolas Negras, em Viçosa, por meio do Projeto PANC com Fartura, orientado pela pesquisadora Regina Miranda. Após o preparo dos canteiros, foram plantadas 50 mudas de diversas espécies. Também houve uma oficina para crianças, educadoras e cozinheira, na qual discutiu-se a importância das PANC e os cuidados desde o plantio.
A pesquisadora afirma que eventos assim permitem uma maior interação com agricultores, feirantes e moradores locais. Gilmar Oliveira, educador da EFA Paulo Freire, localizada em Acaiaca, é um entusiasta da retomada do cultivo das PANC em comunidades rurais. “Adquiri na Epamig uma muda de bertalha e com as sementes fiz diversas mudas e distribuí para dezenas de famílias da região", conta.
Mariana Assis - Ascom/Epamig
Foto: Divulgação Epamig