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"Golpe duplo" do Brasil leva cotações do açúcar aos patamares mais baixos dos últimos 13 meses
29
Mai

"Golpe duplo" do Brasil leva cotações do açúcar aos patamares mais baixos dos últimos 13 meses

Os futuros do açúcar obtiveram sua maior baixa em 13 meses devido a um "golpe duplo" causado pelo corte nos preços dos combustíveis, além de dados que mostram que as usinas brasileiras estão processando mais cana-de-açúcar do que era esperado pelo mercado.

A indústria do Centro-Sul do país, que é responsável por 90% da produção de açúcar do Brasil, processou 38,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira metade deste mês, segundo informações da Unica.

Apesar de ter havido uma queda de 1,2 milhões de toneladas de cana processada em relação à primeira metade do mês de maio do ano passado, os números estão acima das 36,2 milhões de toneladas esperadas pelos investidores, que haviam previsto uma quebra devido a chuvas no período.

O volume do açúcar produzido durante a quinzena, de 2,11 milhões de toneladas, significou um aumento ainda de 35.000 toneladas ao ano, contrastando com a queda de 225.000 toneladas que o mercado vinha esperando, de acordo com uma pesquisa da S&P Global Platts.

Açúcar x etanol

A produção de açúcar refletiu um aumento de 46,8% na proporção da safra transformada em açúcar ao invés de etanol.

Este fator também esteve 0,9% acima das expectativas dos investidores.

Além disso, a cana-de-açúcar estava em melhores condições do que o esperado pelos analistas, chegando a uma concentração de 122,9kg de açúcar por tonelada.

Preços mais baixos dos últimos 13 meses

Os futuros do açúcar bruto para julho/17 estenderam as quedas após os dados, apresentando-se em 15,05 cents/lb em Nova York, a cotação mais baixa para um contrato spot desde abril do ano passado e uma queda de 4,1% no dia.

As cotações em Londres também atingiram a maior baixa em 13 meses, de 438,00 a tonelada.

O complexo também esteve sobre pressão depois de a Petrobrás revelar um corte de 5,4% nos preços para a gasolina e de 3,5% para os preços do diesel. Assim, o preço do etanol também é afetado, tornando mais fraca a competição pela produção de biocombustível a partir da cana-de-açúcar.

Gasolina, impactos reais

"Se o corte total dos preços dos combustíveis for repassado aos consumidores, isso poderia representar uma redução estimada de 2,2% nos preços do diesel e 2,4% nos preços da gasolina", disse Nick Penney, trader sênior na Sucden Financial.

"Isso poderia reduzir a competitividade do etanol com a gasolina e, dada a fraqueza continuada no real brasileiro, encorajar os produtores a produzir açúcar para exportação ao invés de etanol para consumo interno", acrescentou o trader.

O açúcar tende, assim, a trazer mais benefícios do que o etanol, destacada a presença ativa do Brasil nas exportações do adoçante.

 

Tradução: Izadora Pimenta

Fonte: Agrimoney

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