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Gripe aviária abre portas para exportação de ovos mineiros aos EUA
23
Abr

Gripe aviária abre portas para exportação de ovos mineiros aos EUA

No balanço das exportações do agronegócio mineiro em março deste ano, um dado em especial chama a atenção: o crescimento notável das vendas para o exterior de ovos de galinha, especialmente para os Estados Unidos. O que está por trás do fenômeno é o surto de Influenza Aviária que atingiu as aves americanas e gerou um efeito cascata que se mostrou uma excelente oportunidade para as vendas brasileiras - e Minas Gerais é um grande protagonista nesse cenário.

Os Estados Unidos são o segundo maior produtor global de ovos. No entanto, com a doença, eles precisaram abater os rebanhos de aves, o que gerou uma maior necessidade de importar o alimento. O país viu no Brasil um fornecedor para sua demanda por ovos e países que tradicionalmente compravam dos americanos, como México e Canadá, também vieram em busca dos produtos brasileiros. “Isso é uma janela de oportunidade para Minas Gerais”, explica a assessora técnica do Programa AgroExporta, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA), Manoela Oliveira. 

Excelência mineira

Segundo ela, o crescimento da demanda americana por ovos beneficia todo o país, mas há dois polos avícolas em Minas que saem na frente. A região de Montes Claros, no Norte do estado, se destaca pela posição logística privilegiada, servindo como um “hub” para outras regiões; e o sul de Minas, com destaque para o município de Pouso Alegre, que emerge como um núcleo tecnológico da avicultura. O Sul também conta com cooperativas grandes e bem estruturadas, e o fato de estar próximo a São Paulo e de centros de pesquisas de genética avícola fazem com que essa área responda por um percentual  alto da produtividade no estado, combinando uma escala industrial com o acesso a mercados de consumidores.

“Minas Gerais conta com um rebanho de postura de cerca de 21 milhões de cabeças, ou seja, 8% do efetivo nacional. Temos uma cadeia produtiva altamente tecnificada e o perfil dos produtores rurais é um perfil de qualificação. Temos também um sistema de defesa sanitária reconhecido, executado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)”. Além disso, Minas responde por 7% dos ovos produzidos no Brasil, cerca de 431 milhões de dúzias por ano. Esses pontos, somados ao crescimento de 266% no valor exportado só nesse primeiro trimestre, mostram que a demanda está sendo redirecionada para Minas Gerais, completa a assessora.

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Apesar da alta demanda pelo produto, as análises da Secretaria de Agricultura revelam que não há risco de desabastecimento. O quantitativo de ovos para exportação representa apenas 1% da produção total de Minas, o que deixa 99% para atender ao mercado interno. “Não há risco nem a curto, nem a médio prazo de desabastecimento, porque essa proporção cria uma reserva de segurança. Para causar um impacto significativo na disponibilidade doméstica, teria que haver um aumento muito súbito e expressivo da demanda internacional, e os preços no mercado externo teriam que aumentar drasticamente, além de ter uma capacidade ociosa das granjas mineiras, que não é o que ocorre”, especifica Manoela.

Perspectivas

Os números atuais mostram uma trajetória ascendente na exportação de ovos, embora haja outras variáveis mais complexas. “Ainda é cedo para essa estimativa devido às dinâmicas mercadológicas de exportação, mas já é possível inferir que estamos exportando praticamente o dobro do ano passado para esse mesmo período - no primeiro trimestre nós fechamos com US$ 4 milhões em receita e 2 mil toneladas em volume. Para o próximo trimestre, devemos alcançar cerca de US$ 8 milhões em vendas e pouco mais de 4 mil toneladas de ovos para exportação”, conclui Manoela.

 

 

Jornalista responsável: Janaina Rochido - Ascom / Seapa

Edição: Maria Teresa Leal

Fotos: Maria Teresa Leal - Ascom / Seapa

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