Soja sobe perto de 20 pts em Chicago, puxa os portos e Rio Grande tem R$ 86,50 na safra nova
O mercado internacional da soja intensificou suas altas na sessão desta segunda-feira (5) e, por volta das 13h (horário de Brasília), os contratos mais negociados subiam quase 20 pontos na Bolsa de Chicago. Assim, o contrato maio/17, referência para a safra brasileira, já superava o patamar dos US$ 10,60 e, com um dólar ainda acima dos R$ 3,40, mesmo com um recuo frente ao real hoje, os preços da oleaginosa sobem nos principais portos do Brasil.
No terminal de Paranaguá, as referências no início da tarde desta segunda eram de R$ 81,00 no disponível de R$ 83,00 no mercado futuro, com altas de 1,25% e 1,22%, respectivamente. Já em Rio Grande, R$ 82,50 e R$ 86,50 por saca, onde os preços subiam 1,23% e 0,58%. O que limita esses ganhos, porém, são os prêmios que, apesar de ainda positivos, se mostram mais baixos do que os registrados há algumas semanas. No porto paranaense, por exemplo, as posições abril e maio/17 contavam com 30 cents de dólar acima dos valores de Chicago, contra valores que já chegaram a passar de US$ 1,00 nos meses anteriores.
As cotações buscam uma recuperação após as baixas acumuladas da última semana, que passaram de 1%, e os fundamentos passam a voltar ao centro das atenções. O mercado internacional se mantém focado na demanda intensa - tanto pela soja norte-americana quanto pela da América do Sul -, que ainda é combustível para o avanço dos preços.
Nesta segunda, chegam os novos números dos embarques semanais trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu reporte semanal e a intensidade das informações também pode impactar nas cotações. Enquanto esses dados não são reportados, o departamento já anuncia uma nova venda de soja dos EUA de 426 mil toneladas da safra 2016/17 para a China e ajuda a estimular o avanço dos preços.
Bolsa de Chicago
Como explica o analista sênior do portal Farm Futures, Bryce Knorr, o rally dos preços internacionais da soja continua bastante consistente e vem estimulando novas compras na oleaginosa, o que acaba sendo outro fator na composição do bom cenário para as cotações da commodity em Chicago.
Na China, os preços também seguem avançando. Somente nesta segunda-feira, os futuros do contrato janeiro subiram cerca de 90 cents de dólar, encontrando estímulo ainda na desvalorização do yuan frente ao dólar. Os futuros do farelo também subiram, com os níveis de estoques locais ainda baixos.
Há ainda as especulações sobre o clima na América do Sul e o impacto que vêm exercendo sobre o andamento dos preços. Embora a Argentina sofra com alguns problemas pontuais - e ainda insuficientes para sugerir perdas muito significativas na safra 2016/17 - no Brasil, as condições parecem ser benéficas na maior parte das principais regiões produtoras.
De acordo com uma pesquisa feita pela consultoria AgRural, dado o bom ritmo do plantio no Mato Grosso, principal estado produtor brasileiro, já em janeiro a colheita da soja pode alcançar um volume recorde de 7,3 milhões de toneladas, com cerca de 20 a 25% da área com seus trabalhos de colheita já concluídos.